Descrição
O presente artigo tem como objetivo demonstrar que as postagens em redes digitais contribuem para ampliar a discussão sobre a ideal do corpo feminino. As postagens escolhidas foram sobre pole dance da escritora Clara Averbuck no instagram, uma rede imagética em que se pode observar a intensa exposição de corpos ideais a serem seguidos. Para esse fim escolheu-se o estudo de caso, metodologia qualitativa que permite a partir de um caso demonstrar os elementos singulares que contribuem para a compreensão/explicação de um fenômeno, nesse caso, o ideal de um corpo feminino a ser seguido. A hipótese que se levanta é a de que a exposição do corpo feminino fora dos padrões, cânone do desejo masculino (casas de shows masculinas), permite à mulher (neste estudo, Clara) apropriar-se do seu corpo e de seu desejo. Para comprová-la apresenta-se uma breve revisão teórica de Castells (2003, 2013) em função do uso de redes sociais para expressão para além do literário; de Lacan (1974-75) com a questão dos registros de real, simbólico e imaginário e sobre o desejo; Santaella e Lemos (2010) sobre redes sociais; e da fusão – híbrida - na concepção semiótica do corpo de acordo com as posições de Lucia Santaella (2004).