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O Corpo Mestiço em Marabá como Patrimônio Musealizado: sexualidade, interculturalidade e educação
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Metadados
Descrição
A tese faz uma análise crítico-interpretativa da obra musealizada “Marabá”, de Rodolpho Amoedo, com foco na compreensão do modo como o corpo feminino sexualizado acrescentou representações simbólicas no imaginário brasileiro sóciocultural do século XIX, com suas projeções em temas contemporâneos. Teve como objetivo analisar criticamente a obra Marabá, de Rodolpho Amoedo, a partir da leitura do corpo feminino sexualizado como território de representações simbólicas do imaginário sociocultural brasileiro do século XIX, a fim de compreender de que modo as relações entre educação, sexualidade e interculturalidade se projetam sobre os sujeitos contemporâneos. A pesquisa de campo possibilitou a aplicabilidade teóricometodológica na área da Educação, permitindo introduzir conhecimentos da Museologia no cenário educacional. A pesquisa é de natureza qualitativa, de caráter descritivo-analítico, um “Estudo de Caso”. Utilizou-se a técnica do “Grupo Focal” durante a pesquisa e para análise dos dados a concepção semiótica de Charles Sanders Peirce. A pesquisa seguiu ancorada no arcabouço teórico de Zbinek Stránský, Tereza Scheiner, Maria Amélia Reis, Michel Foucault e Pierre Bourdieu, entre outros. Ficou constatado que Rodolpho Amoedo atribuiu à mestiçagem relevância no processo de construção da identidade nacional, a partir do registro do corpo mestiço; porém, quando se direciona o foco para as representações simbólicas dos contextos sócio-históricos do Brasil oitocentista, verificou-se que diversas inquietações, como lutas de classe, preconceito racial, embranquecimento da pele, esteriotipação de beleza e, principalmente a massificação imposta pelo poder hegemônico, ainda perduram e se manifestam nas criações artísticas da atualidade. Conclui-se que sobre o corpo oitocentista imperava a ordem da repressão em torno da sexualidade, como forma de controle e manutenção dos interesses das ideologias dominantes, por isso mesmo um corpo proibido, contrapondo-se à ordem contemporânea de exibir o corpo, através de um discurso do “livre” ou do “tudo pode”, não como locus de pertencimento, mas como lugar simbólico que, embora se valha de outros índices, continua sob a égide do discurso da ordem: controle e manutenção dos interesses das ideologias dominantes.
ISSN
1984-3917
Periódico
Autor
Margarete Tostes Zacarias Almeida; Universidade Iguaçu
Data
27 de fevereiro de 2017
Formato
Idioma
Editor
Direitos autorais
Declaro que o trabalho de minha autoria enviado à revista Museologia e Patrimônio respeita a legislação vigente sobre direitos autorais, arcando com toda responsabilidade quanto ao descumprimento da referida lei.
E autorizo a publicação de meu trabalho, acatando as políticas e normas editoriais da revista Museologia e Patrimônio .
Fonte
Museologia e Patrimônio; Vol. 10, No 1 (2017); 268 - 269
Assuntos
Museologia. Patrimônio. Museu. Sexualidade. Interculturalidade. Educação.
Tipo
Artigo Avaliado por Pares