Descrição
O trabalho visa discutir a relação dos grupos indígenas com os produtos industrializados, disponibilizados pelos brancos no processo de contato interétnico. Aquela relação sempre foi uma ponte permanentemente reconstruída entre as populações silvícolas e quaisquer segmentos da sociedade não-índia com que entravam em contato. A despeito de inevitáveis resistências culturais, incertezas, contradições e desafios que a aceitação das mercadorias implicava, o caminho foi um só: a submissão indígena ao poder dos itens industrializados que se foram impondo à vida cotidiana tanto em termos tecnológicos quanto, e especialmente, simbólicos. Mais do que à força das armas, os índios se curvaram ao “exército das mercadorias”, submetendo-se ao poder dos brancos, materializado no dinheiro e nos itens de consumo.