Descrição
Este artigo propõe algumas reflexões sobre a recepção, pelo leitor ocidental, da obra indiana Kama Sutra, traduzida para o inglês no século XIX, e posteriormente para a língua portuguesa. O mercado editorial ocidental apropriou-se do título do livro de Mallanaga Vatsyayana e transformou-o em sinônimo de um manual visual de posições sexuais. Devido à profusão de obras com o título Kama Sutra, percebeu-se a necessidade de um estudo comparado das imagens indianas de diversos períodos entre os séculos XV e XIX em contraste com as imagens dos manuais ocidentais contemporâneos, com intuito de evidenciar as diferentes compreensões sobre a recepção da obra de Mallanaga Vatsyayana no ocidente. Problematiza-se historicamente a compreensão ocidental da obra como um manual de posições sexuais, e não como um texto elaborado a partir de uma concepção religiosa e de um ‘cuidado de si’ a partir da vivência da sexualidade.