Descrição
O artigo busca apresentar os principais resultados da análise sociolinguística a respeito da variação no uso das preposições dativas a e para em comunidades afro-brasileiras (Helvécia, Sapé, Rio de Contas e Cinzento), levando-se em conta alguns contextos sintático-semânticos e sociais. A metodologia da descrição e análise dos dados obtidos orientou-se pela abordagem laboviana, de forma a obter resultados com base em levantamento estatístico. O resultado da análise da amostra indica que os contextos de realização do dativo preposicionado por para nem sempre coincidem com o dativo sem preposição ou o dativo preposicionado por a. Argumenta-se que o surgimento da preposição para no contexto de dativos em verbos bitransitivos dinâmicos teria sofrido um processo de relexificação, como resultado da influência das línguas de substrato banto durante o período de contato intenso entre línguas que caracteriza a formação sócio-histórica dessas comunidades.