Descrição
Resumo:O artigo analisa as inúmeras produções imagéticas sobre as Missões Jesuítico-Guarani, com especial destaque para as ruínas de São Miguel (RS). Em primeiro lugar, examino como aquelas estruturas foram construídas, inclusive através de processos patrimoniais, enquanto “plano”, isto é, como visualidade do poder colonial no sentido de fomentar imagens positivas do Estado-Nação e, atualmente, de uma sociedade multicultural. Num segundo momento, exploro a realização de filmes por Mbya Guarani sobre as Missões e a sua história e cultura enquanto “contraplano” àquela produção de imagens. Por fim, defendo que, para este povo, as categorias cinema e património encontram ressonâncias produtivas nos modos de ser e conhecer o cosmo e que, por isso, estão para além de uma “guerra de imagens”, constituindo um “plano sem plano”.Palavras-chave: Visualidade. Cinema indígena. Património. Missões Jesuítico-Guarani. Mbya Guarani THE SHOT, THE REVERSE SHOT AND THE “SHOT WITHOUT A SHOT”: OCCIDENTAL AND MBYA GUARANI IMAGES OF THE RUINS OF SÃO MIGUEL Abstract:The article analyzes the numerous imagery productions about the Jesuit-Guarani Missions, with special emphasis on the ruins of São Miguel (RS). First, I examine how these structures were constructed, namely through patrimonial processes, as a "shot", that is, as the visuality of the colonial power in order to foster positive images of the Nation-State and, today, of a multicultural society. In a second moment, I explore the films made by the Mbya Guarani about the Missions and their history and culture as a “reverse shot" to that production of images. Finally, I argue that for this people, the categories of cinema and heritage find productive resonances in the ways of being and knowing of the cosmos and that, therefore, they are beyond a "war of images", constituting a “shot without a shot”.Keywords: Visuality. Indigenous cinema. Heritage. Jesuit-Guarani Missions. Mbya Guarani
