Descrição
Umberto Eco, em seu conhecido romance O nome da Rosa, explora a questão referente ao riso, reproduzindo uma velha discussão histórica e filosófica que se reporta ao segundo livro da Poética, de Aristóteles, considerado perdido, no qual o filósofo, ao tratar da comédia, faz uma apologia do riso e suas virtudes. Duas tendências são confrontadas: uma, que tem como representante o velho monge e bibliotecário Jorge de Burgos, que define o riso como fonte de dúvida e defende que ele não deve ser livremente permitido como meio para afrontar a adversidade do dia-a-dia, e outra, representada por Guilherme de Baskerville, fundamentada em Aristóteles e seus comentadores que consideravam o riso como “próprio do homem”, sinal da racionalidade humana. Este artigo tem como objetivo explorar a duas tendências, percorrendo, de modo ligeiro, as páginas do romance, inserindo digressões de ordem histórica e filosófica.