Descrição
Socialmente, os movimentos de (re)existência tiveram suas forças postas em variadas formas de linguagem. Consequentemente, as práticas de letramentos nas mais diversas culturas e as discussões sobre suas particularidades nos fazem analisar como os discursos circulam a partir da relação que se estabelece entre o lugar e a posição que os sujeitos ocupam no quadro da dinâmica política e econômica. O letramento tomado como prática social pode circular tanto dentro do campo da oralidade como da escrita, dentro ou fora da escola. No caso deste artigo, as práticas que circulam fora da escola são as que mais nos interessam. Dessa forma, nosso objetivo é, a partir de conceitos advindos da análise de discurso (AD) de linha francesa pecheutiana, analisar, especialmente, a constituição, a formulação e a circulação dos chamados letramentos de (re)existência. Além disso, pretendemos observar como os efeitos de sentido e as discursividades funcionam no slam, identificar como são significados os letramentos de (re)existência bem como refletir sobre seus contextos político, econômico e social. Dentro dessa perspectiva, consideramos que a constituição, a formulação e a circulação dos discursos acontecem dentro de uma conjuntura que considera a não transparência da língua e os sujeitos como seres simbólicos, que estão inscritos em uma história para significarem-se.