Descrição
O presente artigo discute a sátira no romance Os anões (1983), do escritor paraense Haroldo Maranhão. A referida obra sugere a pauta dos grandes projetos desenvolvimentistas propostos pelos governos militares para a região amazônica do Brasil entre as décadas de 1970 e 1980, especialmente na Amazônia paraense. Vale ressaltar que é pelo discurso jocoso e indignado da sátira que Haroldo Maranhão denuncia os piores problemas enfrentados pelos paraenses e belenenses, ou seja, o descaso dos governos com a população do Pará e com o espaço amazônico, bem como a exploração de riquezas naturais e da força de trabalho do homem local, a supervalorização das aparências e a busca incessante pelo poder, seja econômico, social ou político, que maculam as instituições brasileiras, a saber: a igreja, a família, a justiça e a política.