Descrição
Este artigo mostra que a freudiana “atemporalidade” dos processos psíquicos não deve ser entendida como uma conseqüência trivial da distinção entre processos psíquicos conscientes e inconscientes. Ele mostra que Freud possui uma caracterização positiva e fenomenológica dessa atemporalidade, obtida e afirmada para além e contra aquela distinção, e que o desafio que Freud, com esta atemporalidade, lança a uma filosofia “kantiana” não é completamente desprovido de sentido, mas pode ser re-elaborado numa perspectiva de algum modo bergsoniana.||This paper shows that the Freudian “timelessness” of psychical process is not to be understood as a bare consequence of his distinction between conscious and unconscious psychical process. It shows that Freud have a positive and phenomenological characterization of that timelessness, obtained and affirmed beyond and against that distinction, and that the challenge that Freud, with this timelessness, throws to a “Kantian” philosophy is not completely senseless, but can be well worked-out in a somewhat Bergsonian lines.