Descrição
Os autores partem da premissa de que a ação vocal, seja cantada ou falada, exige do intérprete a ressignificação pessoal de múltiplos parâmetros próprios dela ”“ relacionados à entonação, ao ritmo e à dinâmica da fonação ”“ para a criação de uma dramaturgia da voz que se estabelece em função da necessidade pessoal que provocou a escolha de cada um desses parâmetros, feita por ele próprio ou mesmo por outra pessoa. Nesse sentido, para a promoção dessa dramaturgia vocal, destacam a imprescindibilidade de se considerar esses parâmetros não apenas como fenômenos relacionados ao tempo, mas também como elementos que se transformam e se ressignificam em função do espaço no qual o sujeito fonador se encontraria ao agir. Afirmando, então, que os espaços que intervêm significativamente na dramaturgia da voz são múltiplos e de diferentes sentidos filosóficos, e que para além de sua dimensão física e visível, apresentam-se também como espaços não visíveis, mas possíveis, como espaços de relação, lógicos, míticos e históricos, Della Monica e Maletta evidenciam os conceitos e características próprios de cada uma dessas dimensões espaciais, destacando como a polifonia que estas estabelecem, na medida em que se apresentam discursiva e simultaneamente, atua na promoção de uma dramaturgia para a ação vocal própria de cada situação cênica que se pretende criar.