Descrição
É comum ouvir que as organizações ocupam lugar central em nossas vidas, que o indivíduo deve procurar/entender qual é o seu lugar nas organizações, ou que as organizações são os lugares em que as pessoas se realizam. Contudo, de que lugares estamos falando? Lugares de vínculo, de significado, de experiência. É essa relação entre indivíduo, espaço e lugar que o presente artigo propõe discutir. O trabalho procura compreender as instâncias do lugar nas organizações, a partir da revisão das elaborações de alguns autores. Frente a complexidade interacional que se revela, se faz necessário o tensionamento acerca da suficiência dessas elaborações - que pensam as organizações como espaços e lugares de vínculos - para o contexto do ciberespaço, constituído por organizações em rede que têm a mediação digital como referência. Ao final, propõe-se um pensamento acerca do interlugar, instância que tem o potencial de carregar as inquietações acerca da construção de vínculos organizacionais no ciberespaço, para as quais os olhares dirigidos apenas às interações face a face parecem não dar mais conta.