-
OS LIMITES DA DEMOCRATIZAÇÃO DO PROCESSO DE INSTALAÇÃO DE HIDRELÉTRICAS
- Voltar
Metadados
Descrição
Considerando a proeminência neoliberal no mundo globalizado, obras de grande escala como as usinas hidrelétricas de energia (UHE) correspondem a projetos políticos concebidos e viabilizados por grupos de empresas e órgãos internacionais bem como empresas e governos dos países onde serão executadas. A inserção desses projetos nos respectivos locais acontece a partir da mobilização de agentes sociais com base num suposto desenvolvimento regional, em contraponto a outros grupos que resistem à inserção dos mesmos tendo em vista a possibilidade dos impactos ambientais e do deslocamento compulsório da população local. No caso brasileiro a inserção desses projetos de grande escala acontece através de um processo de licenciamento ambiental que prevê a democratização da discussão com a sociedade local de modo a legitimar um projeto que conta com a legalidade conferida pelo Estado. Este trabalho analisa a inserção de usinas hidrelétricas enquanto projetos de grande escala que buscam inserção em determinados locais, onde se mobilizam forças favoráveis e contrárias à obra estabelecendo relações de poder baseadas no conflito entre dois projetos políticos distintos: um neoliberal, idealizado pelos empreendedores e seus respectivos mediadores, em contraponto ao projeto democrático-participativo, representado principalmente pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). Tendo em vista que este conflito acontece num cenário democrático, analisamos quais aspectos podem sugerir assimetrias nas relações de poder de forma a representar a imposição desses projetos globais às comunidades locais, o que, em certa medida, pode ser considerado como medidas opressivas.||Considering the prominence of neo-liberal globalized world, large-scale works such as
hydroelectric power (HEP) correspond to political projects designed and made possible
by business groups and international agencies as well as companies and governments
of the countries where they will be executed. The inclusion of these projects in their
local happens from the mobilization of social actors based on a supposed regional
development, in contrast to other groups that resist the inclusion of such a possibility
in view of environmental impacts and the compulsory relocation of the local
population. In Brazil the inclusion of such large scale projects occurs through a
licensing process that provides for the democratization of discussion with the local
society in order to legitimize a project that has the legality conferred by the State. This
paper analyzes the inclusion of hydroelectric plants as large-scale projects that seek
inclusion in certain places, where they mobilize forces for and against establishing the
work power relations in the conflict between two distinct political projects: a neoliberal,
created by entrepreneurs and their mediators, in contrast to the participatorydemocratic project, represented mainly by the Movement of People Affected by Dams
(MAB). Given that this conflict occurs in a democratic scenario, we analyze which
aspects may suggest asymmetries in power to represent the imposition of global projects to local communities, which to some extent, can be regarded as oppressive
measures.
ISSN
1982-5269
Periódico
Autor
Rocha, Humberto José
Data
29 de agosto de 2012
Formato
Identificador
https://seer.ufrgs.br/debates/article/view/28462 | 10.22456/1982-5269.28462
Idioma
Editor
Fonte
Revista Debates; v. 6, n. 2 (2012); 65 | Revista Debates; v. 6, n. 2 (2012); 65 | 1982-5269 | 2236-479X
Assuntos
Democracia; Hidrelétrica; Projeto Político.
Tipo
info:eu-repo/semantics/article | info:eu-repo/semantics/publishedVersion