Descrição
A inclusão de mapas nos guias de viagem vulgarizou-se a partir do segundo quartel do século XIX, sobretudo com editores como Murray ou Baedeker, enquanto a sua difusão adquiriu significado a partir de meados do século.Embora existam semelhanças com obras antes publicadas, sobressaindo o simbolismo de destrinça social do “grand tour”, estes guias consubstanciam um novo período, com nova moldura informativa orientados para novos públicos, do “tourist” à média burguesia ascendente. Esta panóplia informativa, até pela inclusão de mapas de suporte aos itinerários propostos – de grande ou pequena escala1 – destrinça tanto a fase anterior como a seguinte mais seletiva e especializada.Duma forma sinótica, estes guias revelam a modernidade decorrente do sedimentar do espírito naturalista, difundido por protobotânicos e protozoólogos, mas também a matriz romântica do conhecimento sensível, que releva peculiaridades e estética paisagista, diversidade de costumes ou confere identidade à multiplicidade de povos e nações.Pretende-se realizar uma caracterização de mapas incluídos em guias, muitos disponíveis em bibliotecas virtuais, procurando escrutinar o lugar que tiveram nas narrativas sobre Portugal enquanto destino de viagem. Embora com os excursos necessários e, existindo pelo menos dois editores a publicarem guias com cerca de vinte anos de intervalo (1864/1887 e 1869/1889) procedemos, no essencial, ao escrutínio dos fundamentos que eventualmente possam justificar a razão e o porquê dos editores incluírem mapas diferentes – no rigor e diversidade de informação – nas várias publicações.