Descrição
O artigo percorre as proposições apresentadas por Mirian Sepúlveda dos Santos (2006),
a respeito das narrativas sobre o passado em museus históricos brasileiros. Seguindo as
experiências museológicas apresentadas pela autora, procura-se compreender de que modo a
passagem de um museu-memória para um museu-narrativa rompe com uma série de crenças
sobre os objetos, em sua função e em seu simbolismo, para fundar outras, constituídas segundo
diferentes concepções de história, tempo e memória. Neste percurso, nos deparamos com o
conceito de fe(i)tiche proposto por Latour (2002), como um desvio possível para escapar de uma
pretensa purificação dos objetos, e ao mesmo tempo, trazer esse discurso à tona, dando
visibilidade a algumas das complexas redes de relações sociais e simbólicas, as vezes, invisíveis
aos olhos dos visitantes dos museus.