Descrição
O presente artigo é resultado de pesquisas entre o pensamento do filósofo alemão Theodor Adorno (1903-1969) e do pensamento do filósofo italiano Giorgio Agamben (1942...) em torno da racionalidade instrumental, como uma das características distintivas da civilização ocidental que produziu a barbárie dos campos de concentração nas primeiras décadas do século XX e, que como lógica operacional civilizacional continua a se manifestar na contemporaneidade. Assim, o objetivo deste artigo analisar a luz do pensamento de Adorno e de Agamben o campo de concentração como paradigma ontológico da contemporaneidade, que se manifesta na vigência permanente do estado de exceção, na constante produção de vida nua, na ascensão de tendências políticas e de governos de conotação totalitária que concebem a educação como um meio de reproduzir a lógica do poder soberano. Nesta direção, Adorno argumenta que a educação deve ter por princípio evitar que Auschwitz volte a acontecer. Agamben convida a profanar, retirar da esfera do sagrado tudo aquilo que foi usurpado da esfera do uso comum e devolver ao uso público como forma possível de evitar a continua manifestação do campo. Ou seja, faz-se necessário neste contexto profanar o descaso com a infância, com os currículos escolares pautados no autoritarismo, no analfabetismo funcional.