Descrição
Resumo: Neste artigo, procuro refletir sobre os posts digitais encontrados nas redes sociais do Orkut, mais especificamente, nas comunidades escolares do Colégio Militar do Rio de Janeiro, Colégio São Bento do Rio de Janeiro e do Colégio Marista São José do Rio de Janeiro, considerando-as fontes historiográficas para a História da Educação. O trabalho com a memória pode nos ajudar a descrever alguns aspectos ligados à vida escolar por meio das situações vividas pelos ex-alunos; nas palavras de Sibilia (2008), um verdadeiro festival de vidas privadas, um “show do eu”. Se a mão dos sujeitos incansavelmente deslizava, anotava os apontamentos da vida cotidiana em diários íntimos, cadernos, folhas, em caráter secreto, num tempo das tecnologias digitais, o usuário move-se sobre teclados, telas, deixando registros da sua vida, tornando, portanto, visíveis as suas histórias do cotidiano escolar, o que nos instiga a pensar que o registro das experiências escolares possibilita ao sujeito “desnudar-se”. Valho-me dos estudiosos Castillo Gómez (2002), Chartier (2002), Bakhtin (1999), Souza (2007), Marcuschi (2010), Lèvy (1999) e Lejeune (2009) para ajudar a pensar que os sujeitos também se constroem nos diversos suportes das escritas pessoais. Assim, essas escritas de si postadas na web, podem se constituir elos no tecido das lembranças dos sujeitos que não se intimidam em contar as suas histórias escolares nesses novos suportes de escrita. Palavras-chave: Escritas de ex-alunos. Memórias escolares. Redes sociais do Orkut. História da Educação.