Descrição
Neste artigo analiso três situações nas quais observei como mortos específicos são construídos e acionados simbólica e politicamente em Buenos Aires, Argentina. Ao demonstrar representações e categorias sobre os mortos, considerando as reivindicações de que os mortos estão “presentes”, apresento como, naquele contexto, se constrói o lugar social dos mortos. Tomo como referência duas categorias que identifiquei como centrais na construção do lugar social dos mortos: tempo e espaço, e analiso como, ao acionar os mortos como “presentes” e construir sua “presença” no espaço público, não apenas se reforça demandas por uma reivindicação política por justiça e a reivindicação de direitos (em especial, os direitos humanos) junto ao Estado, como se atualiza o lugar social destinado aos mortos.