Descrição
Este texto, inspirado no caso da robô Sophia, problematiza como a noção de pós-humano representa a construção do corpo como parte de um circuito integrado de informação e matéria. Criada pela empresa chinesa Hanson Robotics, Sophia recebeu o título de cidadã da Arábia Saudita o que causou várias manifestações contrárias a esta concessão para uma mulher robô enquanto tantas outras mulheres são desprovidas de reconhecimento como cidadãs naquele país. Investigar as questões sociotécnicas que emergem com o pós-humano na contemporaneidade nos convida a refletir sobre as diferentes formas com as quais os produtos culturais de nosso tempo oferecem possibilidades de produzir novos sentidos de nossa própria história. Dessa forma, buscamos (re)pensar a relação entre humanos e máquinas em suas articulações com questões ligadas à cidadania, direitos e deveres. Analisamos também os limites e as tensões sociais engendrados pelo advento do pós-humano, este entendido também como desconstrução das certezas ontológicas e metafísicas tão fortemente associadas a tradicionais categorias, geralmente dicotômicas, como por exemplo, as de subjetividade e objetividade.