Descrição
Este artigo apresenta reflexões sobre dois enquadramentos comunicacionais acerca da prostituição identificados durante minha pesquisa de doutorado: as compreensões de que a atividade é inerentemente exploração, em especial de mulheres, e de que é uma alternativa de trabalho viável. Tais entendimentos sobre o tema foram percebidos a partir da análise de 65 textos publicados em distintos espaços da internet a respeito do projeto de lei 4.211/2012, que propõe a regulamentação da prostituição e a descriminalização das casas de prostituição. A análise possibilitou observar a existência de uma disputa também nos espaços comunicacionais pelo estabelecimento dos significados da prostituição: de um lado, todas as prostitutas são consideradas vítimas e defende-se a abolição da atividade, enquanto, de outro, pensa-se a regulamentação do trabalho sexual como forma de ampliação de direitos e de afirmação da autonomia e da agência dos sujeitos em relação a suas vidas.Palavras-chave: comunicação, enquadramentos, prostituição, gênero e sexualidade, cidadania.||This article presents reflections concerning two media frames about prostitution identified during my PhD research: (i) the understanding that the activity is inherently exploitation of women and (ii) that is a viable working alternative. Such understandings about the issue were apprehended from the analysis of 65 articles focusing on 4,211/2012 Law Project written by different authors and publicized on different websites. Analysis allowed us to observe a dispute also in communicational spaces regarding sex work meanings. One side considers all prostitutes victims and supports the abolition of the activity, while another thinks the regulation of sex work as a way of expanding rights and also to affirm the autonomy and the agency of subjects.Keywords: communication, media frames, sex work, gender and sexuality, citizenship.