Descrição
Este texto discute as relações de gênero tomando como objeto de reflexão as homenagens às mulheres da cidade de Assis (município localizado no centro-oeste do Estado de São Paulo), entre os anos de 1959 e 1994, expressas nos monumentos, nas placas das ruas, nas praças, nas escolas, biblioteca, centro cultural, entre outros locais. Esses tributos são justificados por suas ações em prol da coletividade, como advogada, política, jornalista, professoras ou cidadãs comuns que ao ultrapassarem os limites do universo pessoal, conquistaram o direito e o reconhecimento de representantes da sociedade (investidos de poder público), de terem os seus nomes inscritos nos espaços públicos da cidade. Porém, esse reconhecimento da contribuição das mulheres na construção dessa urbe não se projeta com a mesma rapidez que desponta com os homens que passam a compor a galeria dos "homens-memória", constatação que leva às seguintes indagações: se as nomeações dos espaços públicos estiveram por longas décadas pautadas por questões de gênero, o que mudou no final dos anos 1950 para essa redefinição? Qual a significação dessas homenagens? O que representaram e quem eram essas mulheres na sociedade assisense?