Descrição
Esse artigo analisa as narrativas produzidas pela mídia e pelos segmentos juvenis durante os movimentos de ocupação nas escolas e universidades no segundo semestre do ano de 2016. O exame dessas narrativas em disputa revela estratégias discursivas específicas: no âmbito das ocupações, o agendamento de temas destinados à formação de certos enquadramentos propostos pelos jovens estudantes, interessados em: (1) “furar” a narrativa dominante inaugurada pelos meios de comunicação televisivos; e (2) escapar às estratégias de silenciamento por meio dos atos de resistência. No âmbito midiático, tem-se o agendamento de temas destinados à formação de enquadramentos centrados na: (1) deslegitimação do movimento (a partir de chaves de oposição e contrafacção no campo semântico); na (2) estigmatização do discurso da resistência; e (3) na criminalização dos atos de resistência.||This article analyzes media and youth narratives produced during the occupations of schools and universities in the second half of 2016. By investigating such disputed narratives, we found specific discursive strategies: regarding occupations, defining themes capable of framing young students’ interested in (1) “foiling” the dominant narrative constructed by the television, and (2) escaping silencing strategies by acts of resistance. Media, on the other hand, defines themes focused on (1) delegitimizing the movement (using opposition and counterfeiting in the semantic field), (2) stigmatizing the discourse of resistance, and (3) criminalizing acts of resistance.