Descrição
Este artigo pretende apresentar uma discussão em torno dos filmes Rio, 40 Graus (1955) e Rio, Zona Norte (1957), ambos dirigidos por Nelson Pereira dos Santos. Analisaremos como, a partir de um fato inusitado na recepção de Rio, 40 Graus – a censura do então chefe de polícia Menezes Cortes – foi possível trazer ao público o debate empreendido no campo do cinema brasileiro sobre as dificuldades enfrentadas pelos produtores nacionais e sobre as imagens do povo brasileiro que os filmes deveriam veicular. Ainda, avaliaremos como alguns agentes ligados ao campo do cinema – que se encontrava em formação desde o fim dos anos 1940 – foram sendo considerados publicamente como intelectuais aptos a retratar a realidade brasileira em suas obras