Descrição
Este artigo analisa os primeiros anos da formação religiosa e política de Romualdo Antônio de Seixas (1787-1860), primeiro arcebispo primaz de origem brasileira. A partir das conexões entre a capitania do Grão-Pará, onde nasceu Romualdo Seixas, e o mundo luso-brasileiro, busca-se a reflexão sobre a dinâmica de uma efervescente esfera pública transatlântica, marcada pelas tensões e conflitos decorrentes da conjuntura revolucionária francesa. Para tanto, leva-se em consideração as diferentes acomodações que sofreram os preceitos regalistas no mundo luso-brasileiro entre finais do século XVIII e inícios do XIX. Analisa-se o ambiente intelectual em questão sob a perspectiva de confluência entre matrizes filosóficas do constitucionalismo liberal, da Ilustração setecentista e das teses da Segunda Escolástica. Por fim, destaca-se a tentativa de equilíbrio entre o respeito ao governo civil, de tradição regalista, e o cumprimento das diretrizes eclesiásticas romanas, por parte de Romualdo Seixas e do clero de tendência ortodoxa que o influenciou.