Descrição
Nosso propósito aqui não é traçar um quadro comparativo exaustivo entre a filosofia hegeliana e a filosofia de Espinosa (1). Pretendemos apenas esclarecer, pela indagação sobre uma possível matriz panteísta do pensamento de Hegel, a compreensão hegeliana sobre a relação entre Absoluto e mundo finito. Mostraremos que Espinosa influencia Hegel desde os tempos de Tübingen e que o hegelianismo passará sucessivamente por três fases distintas: uma primeira fase de entusiasmo peIo panteísmo, entusiasmo esse partilhado com Schelling; uma segunda fase de crítica ao espinosismo, bem como à sua assimilação pela doutrina de Schellinig; uma terceira fase, na qual Hegel tomaria uma posição de aceitação crítica do espinosismo. Por fim, tentaremos mostrar que a crítica dirigida a Espinosa pelo Hegel da maturidade consiste em apontar a falta de reflexão presente no panteísmo, o que só poderia ser corrigido por meio das categorias presentes na Doulrina da Essência.