Descrição
Este ensaio sobre o filme La rabbia (1962), de Pasolini, dialoga com um momento histórico de muita produtividade de documentários ensaísticos e de análises e teorias a respeito. O olhar direcionado ao passado procura, então, atualizar-se por meio de escritos contemporâneos, e promove um encontro com o recente gesto de restaura ção e redescoberta de um filme desejado, mas não finalizado décadas atrás. Todo este contexto de análise e revisitação deixa claro que o filme La rabbia tem a raiva como sua espinha dorsal, antes, durante e depois: o sentimento poético-político da raiva que impulsiona o gesto artístico, como é de costume em Pasolini; a raiva pela matéria-prima, as imagens-inimigas, parte da metodologia de trabalho; e, finalmente, a raiva pela imposição do produtor e pelo embate indesejado com um opositor ideológico, após ter em mãos o filme pronto.||Questo saggio sul film La rabbia (1962), di Pasolini, dialoga con un momento storico ricco di produzione di documentari saggistici e di analisi teoriche e teorie in proposito. Lo sguardo volto al passato cerca, allora, di aggiornarsi mediante scritti contemporanei, e favorisce un incontro con la recente proposta di restauro e riscoperta di un film desiderato, ma non finito decenni fa. Questo contesto di analisi e rivisitazione chiarisce che il film La rabbia ha la rabbia come spina dorsale, prima, durante e dopo: il sentimento poetico-politico della rabbia che spinge al gesto artistico, come è consueto in Pasolini; la rabbia della materia prima, le immagini-nemiche, parte della metodologia di lavoro; e, finalmente, la rabbia per l’imposizione del produttore e per l’indesiderato scontro con un avversario ideologico, dopo aver finito il film.||This essay about La rabbia (1962) a film by Pier Paolo Pasolini, belongs to a historical moment in which the production of essay documentaries is fruitful, as well as theories and analysis about them. This review intends to dialogue with contemporary writings and also with the re-production of La rabbia decades later, a restoration of what Pasolini would have wanted. Our choices have shown a structure in which anger is the vertebral column of the film before, during its creation, and after: the poetic and political feeling that made the film possible; the enemy-images and Pasolini’s hate towards them; and finally a possible feeling of anger after the imposition of the producer of La rabbia, who included another author – an ideological opponent – for the second part of the film.