Descrição
Este artigo pretende compartilhar uma trajetória de investigação empreendida por uma dançarina-pesquisadora sobre o Cavalo Marinho, brincadeira popular da Zona da Mata Norte de Pernambuco, originalmente feita por homens. O trabalho dialoga com produções de Dança e Teatro que se valem de princípios estéticos, técnicos e expressivos de tradições brasileiras na criação cênica. Com base em imersão em campo, o objetivo do trabalho é refletir sobre a participação das mulheres no Cavalo Marinho. A partir daí, criar uma poética e refletir sobre questões de gênero imbricadas nessa manifestação. Para tanto, propõe-se um deslocamento de olhar justamente para trazer à tona aspectos usualmente não privilegiados nas descrições desse folguedo. O que é bastidor passou a ser objeto de estudo para refletir como a aparente não participação das mulheres determina e molda, de certa maneira, a estética e o funcionamento do Cavalo Marinho.