Descrição
O presente artigo procura apresentar uma crítica às noções de agência, sujeito e política que edificam algumas teorias sociológicas de movimentos sociais a partir do conceito de “subjetivação política” de Jacques Rancière. Para tanto, a primeira parte do artigo apresenta uma revisão de importantes conceitos que norteiam algumas das teorias dos movimentos sociais de forma a identificar, em contraste com o pensamento de Jacques Rancière, pressupostos e modelos de sujeito que são tomados como dados ou necessários para a própria operacionalização das teorias supracitadas. Na segunda e última parte do artigo, apresentamos a descrição de uma “cena de dissenso”, tal como promovida pela luta antimanicomial de Minas Gerais. A partir desta cena, almejamos corporificar tanto a problematização teórica anteriormente realizada sobre movimentos sociais quanto os próprios conceitos de “dano”, “desentendimento” e “desidentificação” que sustentam o processo de “subjetivação política” de Rancièr.