Descrição
O presente texto é um mui pequeno passo de uma grande crítica à intepretação que as tragédias gregas receberam na contemporaneidade, em particular uma certa intepretação oriunda da cultura germânica do século XIX com amplos reflexos sobre a cultura dos séculos XX e XXI. Argumentamos que as teses de Nietzsche são importantes para a interpretação da tragédia, não a causa dos textos que ele escreveu sobre o tema, mas por ter apontado em sua Genealogia da moral o grande terremoto semântico que sacudiu a história da humanidade ocidental: o advento do cristianismo. Os escombros desse terremoto encobriram aquela que era provavelmente a semântica mais adequada do termo herói. Neste ensaio, propomos uma interpretação desse conceito tomando por base a tragédia Hipólito, de Eurípedes.