Descrição
Este artigo evidencia a desconexão entre o debate e a produção contemporânea de edifícios residenciais multifamiliares no Brasil, investigando a aplicação do conforto ambiental nos três projetos vencedores do concurso Weefor Arq. Partindo-se de uma análise crítica dos documentos do concurso, avalia-se a adequação das propostas às condicionantes climáticas de Curitiba (ZB1). São realizadas simulações computacionais com os plug-ins Ladybug e Butterfly para analisar a radiação solar na envoltória, o sombreamento das sacadas e a ventilação natural externa aos edifícios. Avaliou-se ainda o atendimento às NBRs 15220 e 15575 quanto ao desempenho térmico da envoltória e ao percentual de área de abertura. Os resultados apontam que, embora o concurso expresse clara preocupação com o bem-estar do usuário, na prática, as limitações impostas pelas dimensões do terreno, legislação urbana, número de unidades solicitadas e o despreparo dos arquitetos quanto aos aspectos de conforto ambiental comprometem a aplicação das estratégias bioclimáticas nos projetos. O artigo denuncia os prejuízos gerados aos usuários quando os arquitetos são excluídos da etapa de planejamento do empreendimento.
||This paper highlights the disconnection between the theoretical and practical activity regarding contemporary residential buildings in Brazil, investigating the environmental comfort solutions in the winning projects of the Weefor Arq design competition. After a critical analysis of the competition’s documents, the projects suitability to Curitiba’s climate conditions (ZB1) is evaluated. Numerical simulations are carried out with plug-ins Ladybug and Butterfly to assess incident solar radiation in the buildings’ envelope, the balconies shading effect and the outdoor natural ventilation conditions. The compliance with NBRs 15220 and 15575 was also evaluated regarding the envelope’s thermal properties and the percentage of opening area. Results emphasize that, although the documents express clear concern with users’ well-being, in practice, architects do not succeed in applying the bioclimatic strategies due to the limitations imposed by the plot dimensions, legislation, the housing units requested and architects’ inability to deal with environmental comfort issues. The paper points out the damage caused to users when architects are excluded from the real estate development stage.
