Descrição
Este artigo traz uma análise do discurso de inspiração foucaultiana acerca de mulheres e emoções em reportagens sobre carreira nas revistas Veja, Época e Você S/A Edição para Mulheres. Nas novas configurações do trabalho, a “sensibilidade feminina” é exaltada como vantagem competitiva, desde que utilizada de maneira correta. Entretanto, as emoções também tornariam as mulheres inconstantes e perigosas. Há uma retórica do controle direcionada ao gênero feminino: suas emoções devem ser manejadas, a fim de serem transformadas em capital produtivo, evitando que causem riscos à ordem social. As matérias, imbuídas da aura da objetividade jornalística, atuam discursivamente como instrumentos da racionalidade neoliberal, ajudando a inscrever no indivíduo o imperativo do governo de si, e conformando sujeitos orientados para a performance, sem alterar a hierarquia tradicional de gênero.||This study brings a discourse analysis of Foucault’s inspiration about women and emotions in stories on career in magazines Veja, Época and Você S/A Edição para Mulheres. In the new configurations of work, “feminine sensibility” is exalted as a competitive advantage, as long as it is properly used. However, emotions also make women unstable and dangerous. There is a control rhetoric directed at female gender: their emotions must be managed in order to be transformed in productive capital, avoiding causing risks to social order. The stories, imbued with the aura of journalistic objectivity, discursively act as instruments of neoliberal rationality, helping to enroll in the individual the imperative of self-government and conforming subjects oriented to have the best performance without changing the traditional hierarchy of gender.