-
The “Modinha” as an expression of the XIXth century: demystifying the priest Garcia’S Genius Aura||A modinha como expressão nacional do século XIX: desmistificando a aura de gênio do Padre José Maurício Nunes Garcia
- Voltar
Metadados
Descrição
The establishment of the romantic genius, full of anguish and misunderstood, who dies in misery, has followed the flow of historical mystification since the 18th century, in the figure of Mozart. Transferred to the tropics, this character was personified in Father José Maurício Nunes Garcia, black composer of the Court of D. João VI in Brazil, who would have Marcos Portugal as his rival and antipode – the true Salieri of Portugal / Brazil. Through our research, that analyzed all the Modinha Newspapers published in Lisbon from 1792 to 1796, and the Imperial Modinhas that were published by Mário de Andrade in 1930, one can see, furthermore, that the genre modinha, cultivated by José Maurício in at least four surviving pieces, has motivic links that can characterize him as belonging to an incipient nationalization of Brazilian music. Based on this argument, it was possible to draw a profile of the Father that demystifies the aura of genius, since his modinhas, specifically “Marília, si me não amas…”, bring characters that remind us the popular Brazilian oral tradition. Modinha, a song that would resonate in its own masses to constitute a Brazilianness in music, would not be a genre that brings together urban folk and popular influences, and the fact that José Maurício composed in this style would not bring him closer to the traditional currents of neo-troubadour rhetoric?||A figura do gênio romântico, atormentado e incompreendido, que morre na miséria, tem acompanhado o fluxo de mistificação histórica desde o século XVIII, na figura de Mozart. Transladado para os trópicos, esse personagem foi personificado em José Maurício Nunes Garcia, compositor negro da Corte de D. João VI no Brasil, que teria Marcos Portugal como rival e antípoda – o Salieri de Portugal/Brasil. Por meio de uma pesquisa que analisou todos os Jornais de Modinha publicados em Lisboa de 1792 a 1796, e as Modinhas Imperiais que vieram a prelo pelas mãos de Mário de Andrade em 1930, pudemos perceber, entretanto, que o gênero modinha, cultivado por José Maurício em pelo menos quatro peças sobreviventes, possui elos motívicos que podem caracterizá- lo como pertencente a uma nacionalização incipiente da música brasileira. A partir dessa premissa foi possível traçar um perfil do Padre que desmistifica a aura do gênio, já que suas modinhas, em específico “Marília, si me não amas…”, trazem elementos que remontam à tradição popular oral brasileira. A Modinha, gênero que ressoaria em suas próprias missas para constituir uma brasilidade em música, não seria antes um gênero aglutinador de influências folclóricas e populares urbanas, e o fato de José Maurício compor nesse estilo não o aproximaria das correntes tradicionais de retórica neo-trovadoresca?
ISSN
2447-7117
Periódico
Autor
Vaccari, Pedro
Data
21 de dezembro de 2020
Formato
Identificador
https://www.revistas.usp.br/revistadatulha/article/view/174410 | 10.11606/issn.2447-7117.rt.2020.174410
Idioma
Direitos autorais
Copyright (c) 2020 Pedro Vaccari | http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
Fonte
Revista da Tulha; Vol. 6 Núm. 2 (2020); 35-63 | Revista da Tulha; v. 6 n. 2 (2020); 35-63 | Revista da Tulha; Vol. 6 No. 2 (2020); 35-63 | 2447-7117
Assuntos
Modinha | Romantic genius | Padre José Maurício Nunes Garcia | Traditional popular | Modinha | Gênio romântico | Padre José Maurício Nunes Garcia | Popular-tradicional
Tipo
info:eu-repo/semantics/article | info:eu-repo/semantics/publishedVersion