Descrição
O propósito deste artigo é apresentar alguns aspectos do processo de produção dos vitrais encomendados para a Catedral Metropolitana de Vitória e confeccionados pelo artesão César Alexandre Formenti, dono de um atelier de vitrais e mosaicos, na primeira metade do século XX. Utilizamos como método de estudo a comparação entre as obras executadas pelo artesão para diferentes templos religiosos no Rio de Janeiro e em Vitória. Atribuímos aos vitrais a noção de imagem-objeto, emprestada de Jérome Baschet, na medida em que acreditamos nas interdependências entre o objeto artístico, a cultura e a práxis política de um determinado contexto histórico. Os vitrais encomendados para a catedral de Vitória evidenciam as devoções presentes na catedral do inicio do século e foram pensados na conjuntura da política romanizada da Igreja, eles tinham uma função ornamental, seus repertórios estilísticos basearam-se em modelos europeus e foram concebidos numa prática de trabalho oficinal e coletiva.