-
The web and the spider:: the work of art at the limit of its interpretation||A teia e a aranha:: a obra de arte no limite de sua interpretação
- Voltar
Metadados
Descrição
This article aims to study the work of Charles Baudelaire, taking into account the reality within it, its historical moment and the society in which the poet lived. Through his presentation of Erick Auerbach's conception of Baudelaire's work, as opposed to Walter Benjamin's analysis of the author's work in order to address not only the work of the poet, but his importance to his time and his society. Through different interpretive methods, the authors painted the portrait of a poet who is essentially ambiguous, contradictory, whose poetry presents opposing instances that are not solved in any synthesis. Baudelaire, however, appears in both authors as a man of his time, both Auerbach and Benjamin tracing the outlook of a figure who was an example of the human condition of his time, subjected to the degradation imposed by bourgeois society, Baudelaire claims the dignity which is that of the human species itself.||O presente artigo propõe uma discussão a partir do livro Gosto, do autor italiano Giorgio Agamben, ainda não publicado no Brasil[1]. Neste texto, Agamben debate o modo como historicamente haveria uma cisão entre a filosofia – o campo da falta do saber – e o conhecimento – o campo do saber. Assim, Agamben recoloca a problemática sobre a impossibilidade de apreender o objeto do conhecimento, já exposta em seu livro Estâncias: a palavra e o fantasma na cultura ocidental, desenvolvendo uma leitura do Banquete de Platão, texto seminal para pensar essa questão. No Banquete, estaria exposta a cisão entre o campo epistemológico– o lugar da verdade - e a beleza – o lugar do prazer. Segundo o filósofo, o Banquete confirma a premissa de que a filosofia, por sua própria constituição terminológica enquanto philo-sophia, não procuraria deter a posse do objeto do conhecimento, mantendo em sua estrutura uma falta de algo que lhe escapa permanentemente, mas tampouco se ocuparia do gozo da beleza. Com relação à Estética, esfera que me interessa pesquisar, a formulação do conceito juízo de gosto por Kant seria uma forma, segundo Agamben, de dar notícias dessa antiga querela, ao tentar resolver essa separação. O gosto, por assim dizer, buscaria unir o lugar do conhecimento do objeto, ao julgá-lo, e o deleite das obras de arte, através do prazer desinteressado. Desse modo, proponho me amparar nas considerações de Agamben sobre o tema para forjar uma outra perspectiva que pense a relação da filosofia da arte com relação aos objetos de sua crítica, isto é, as próprias obras de arte, entendendo como elas se colocam como barreiras ao processo de significação convocado pelo conhecimento, ao mesmo tempo em que não recusam o estatuto do prazer. Busco com isso extrair uma via possível para a compreensão do campo contemporâneo da arte, ao reconhecer o limite da interpretação das obras, sempre escapável à filosofia, e resguardar para a crítica a prazerosa possibilidade de gozar daquilo que nos é mais estranho e desconhecido.
[1] Trata-se de um texto enviado para a autora do artigo pelo tradutor brasileiro. A tradução inédita é de Cláudio Oliveira. Por esse motivo, todas as referências ao livro estão sem a página da citação. Assim que for publicado, a autora fará a correção.
ISSN
1809-8274
Periódico
Autor
Monteiro, Juliana de Moraes
Data
10 de agosto de 2018
Formato
Identificador
Idioma
Direitos autorais
Copyright (c) 2018 Artefilosofia | https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0
Fonte
Artefilosofia; v. 13 n. 24 (2018); 95-109 | 2526-7892 | 1809-8274
Assuntos
Interpretation | Giorgio Agamben | Taste | Symposium | Psychoanalysis | Baudelaire | Condição humana | Erich Auerbach | Walter Benjamin
Tipo
info:eu-repo/semantics/article | info:eu-repo/semantics/publishedVersion