Descrição
Se traduzir a quatro mãos pode resultar numa tarefa ao mesmo tempo apaixonante e simples, traduzir a quatro mãos por correspondência nem sempre é fácil principalmente se considerarmos que a comunicação eletrônica é bastante recente e que nas décadas de 1960-1970, quando nos encontrávamos a milhares de quilômetros um do outro, os tradutores confiavam no correio para trocar informações. O presente ensaio é uma tentativa de expor ao mesmo tempo um processo original, a tradução das Galáxias de Haroldo de Campos, no ritmo de sua criação e por correspondência (1967-2003) e do work in progress do poeta que vai revelando suas inúmeras publicações ao longo das cartas. A hipótese subjacente à presente reflexão, que gostaríamos de partilhar, é a inter- -relação para Haroldo de Campos entre teoria, crítica, poética e tradução, esta última constituindo de certo modo a chave das Galáxias.