Descrição
O filme Lost, lost, lost (1976), de Jonas Mekas, recompõe o percurso de uma travessia iniciada com um involuntário processo de distanciamento de um território de origem. Discuto as heterogêneas estratégias de registro escolhidas e os modos privilegiados de composição dos materiais, no processo de construção do relato, para dar conta de vivências afetivas e sócio-históricas evocadas pelo narrador-diretor. Em função do entrelaçamento enigmático das matérias de expressão, pontuamos que é árdua a análise da narrativa, mas que podemos, entretanto, apreender o sentido do desenho proposto da travessia. E mostramos que a apontada recomposição final pelo narrador do seu próprio eu está relacionada à emergência de sentimentos de pertencimento que remetem à dimensão do coletivo.||Lost, lost, lost (1976), by Jonas Mekas, retraces the route of a journey started with an involuntary distancing process from a region of origin. We discuss the heterogeneous registration strategies and the privileged modes of material composition in the process of weaving the narrative, to handle socio-historical and affective experiences evocated by the narrator-director. Due to the enigmatic way of editing the materials, analyzing the narrative poses a challenge, but we may still grasp the meaning of the proposed design of the journey. We show that the final recomposition, by the narrator, of himself addresses the emerging sense of belonging referring to the collective dimension.