Descrição
The aim of this article is to demonstrate that the conceptual key to the Freudian diagnosis of Civilization and its discontents is unable to grasp the changing place and social functioning of science in culture. The reason for this is deemed to reside in his conception of science, supposedly the only form of discourse capable of guaranteeing a relationship neither illusory nor infantile with human weaknesses. Such a conception of science is incapable of apprehending how it can be assimilated by technique, as Heidegger puts it in his text The question concerning technology. As an example of this assimilation, I analyze the recent change in psychiatric epistemology and its assimilation by marketing techniques, as well as the subjective effects of these new ways to name suffering. In the conclusion, I discuss the critical impotence of the Freudian conception of science in face of such assimilation and the different meanings of truth at play.||O objetivo deste artigo é demonstrar que a chave conceitual do diagnóstico freudiano do Mal-estar na cultura é incapaz de apreender a alteração do lugar e do funcionamento social da ciência na cultura. A razão disso é considerada residir em sua concepção de ciência, supostamente a única forma de discurso capaz de garantir uma relação não ilusória e infantilizada com as fraquezas humanas. Tal concepção de ciência é incapaz de apreender sua assimilação pela técnica, tal como Heidegger formula em seu texto Sobre a técnica. Como exemplo dessa assimilação, realizo uma análise da alteração recente da epistemologia psiquiátrica e de sua assimilação pelas técnicas do marketing, assim como seus efeitos subjetivos desses novos modos de nomeação do sofrimento. Na conclusão, discuto a impotência crítica da concepção freudiana de ciência diante dessa assimilação e os diferentes sentidos de verdade em jogo.