Descrição
Em seus últimos textos, Lyotard remete-se à figura da infância através de uma crítica à doutrina humanista da educação, que resulta numa oposição entre a criança e o homem. Lyotard sustenta que todas as instituições e culturas, mesmo sendo necessárias, devem abster-se de reprimir a infância e manter fidelidade a essa voz inarticulada e quase inaudível. Depois de haver verificado, pela análise das teorias pedagógicas de Kant, a pertinência dessa critica, procuramos aqui apontar conseqüências dela sobre a vida das instituições, do valor da tradição e das grandes obras, a memória e a simbolização. A inquietude de Lyotard nos convida a pensar que a fidelidade à infância compromete, também, uma fidelidade irônica às instituições, que deixa abertas todas as dialéticas da educação.||En sus últimos textos, Lyotard convoca a la figura de la infancia para operar una crítica de la doctrina humanista de la educación, que termina en una oposición entre el niño y el hombre. Sustenta que toda institución y toda cultura, tan necesarias como sean, deben abstenerse de reprimir la infancia y restar fieles a su voz inarticulada e casi inaudible. Después de haber verificado la pertinencia de esta crítica en las teorías pedagógicas de Kant, se busca aquí sacar consecuencias sobre la vida de las instituciones, el valor de la tradición y de las grandes obras, la memoria y la simbolización. La inquietud de Lyotard invita a pensar que la fidelidad a la infancia compromete también una fidelidad irónica a las instituciones, que deja abiertas todas las dialécticas de la educación.||In his last texts, Lyotard refers to the figure of childhood through a criticism of the humanist doctrine of education, which results in an opposition between child and man. Lyotard affirms that all institutions and cultures, if they are necessary, must abstain from repressing childhood and maintaining loyalty to it’s inarticulate and almost inaudible voice. After reviewing, through the analysis of Kant’s pedagogical theories, the relevance of this criticism, we point out its consequences on the life of institutions, the value of tradition and of great works, memory and symbolization. The disquiet of Lyotard invites us to consider that loyalty to childhood also promises an ironic loyalty to institutions, leaving them opened to all the dialectics of education.