Descrição
O artigo discute os processos intersubjetivos presentes na cena musical rockeira de Belém, Pará, nos anos 1990, a partir da trajetória de uma banda, a Norman Bates. Procuramos observar como um ethos narrativo se faz presente no diálogo entre uma música global e os compromissos locais, observando que a idéia de “universal” não é, necessariamente, um contraponto para a idéia de “local” e que esse dialogo é recorrente na contemporaneidade, um espaço no qual as fronteiras culturais são tênues e híbridas, embora não deixem de se afirmar como fronteiras. Utilizamos, nessa discussão, as noções de indecidibilidade e de fantasmagoria, de Derrida. Exploramos os sentidos éticos e estéticos do diálogo cultural, procurando descrever como a produção cultural amazônica participa desse diálogo.||The article discusses the intersubjective processes present in Belém rock scene, state of Pará, Brazil, in the 1990s, from the trajectory of a band, the Norman Bates. We try to observe as a narrative ethos is present in the dialogue between a global music and local commitments, noting that the idea of "universal" is not necessarily a counterpoint to the idea of "local" and that this dialogue is recurrent in contemporary times, a space where cultural boundaries are blurred and hybrid, though not cease to assert itself as borders. We used in this discussion, the notions of undecidability and phantasmagoria presents in Derrida’s work. We explore the ethical and aesthetic senses of cultural dialogue, trying to describe how the Amazon cultural production takes part in this dialogue.