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Vozes Marginalizadas: estudo da narrativa literária em Quarto de Despejo (1960)||Marginalized voices: study of literary narrative in Quarto de Despejo (1960)
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Metadados
Descrição
Toma-se como proposta levantar questionamentos que possibilitem uma reflexão sobre mudanças e permanências no espaço fronteiriço das literaturas modernista e brasileira contemporânea. O enfoque dado neste artigo é para o diagrama da comunicação literária em Quarto de Despejo: diário de uma favelada (1960), de Carolina Maria de Jesus. A investigação do diário caroliniano se faz necessária uma vez que observamos uma ruptura parcial do modo como o diagrama vinha sendo organizado, ao se ater ao fato de que agora quem “fala” é Carolina, mulher negra, favelada e não-letrada. Tal variação é responsável por desencadear hipóteses relevantes para se pensar na presença de procedimentos literários novos, ditos contemporâneos. Dentre essas variações, destacamos os aspectos diferenciados na tessitura da obra, ou melhor, nela, contém formas romanescas arregimentadas a um texto que se autodenomina diário. Para sustentar tais hipóteses, lançamos mãos do apoio teórico de Bakhtin (2000); Lukács (2000); Robert (2008), entre outros.||It is taken as proposal to raise questions which enable a reflection about changes and continuities in the border space of modernist and contemporary Brazilian literatures. The focus of this paper is to the diagram of literary communication in Child of the dark: The diary of Carolina Maria de Jesus (1960), by Carolina Maria de Jesus. The investigation of the carolinian diary is necessary once it was observed a partial rupture of the way how the diagram was being organized, when it sticks to the fact that now who "talks" is Carolina, black woman, squatter and non-literate. Such variation is responsible for triggering relevant hypotheses to think on the presence of new literary procedures, so-called contemporaries. Among these variations, we highlight the different aspects in the production of the work, or rather, it contains Romanesque forms regimented to a text that calls itself diary. To support such hypotheses, we get base on the theoretical support of Bakhtin (2000), Lukacs (2000), Robert (2008), among others.
ISSN
2316-6169
Colaboradores
PIBIC-CNPq/UFGD
Autor
Costa, Ana Karoliny Teixeira da | Pereira, Rogério Silva
Data
8 de outubro de 2012
Formato
Idioma
Relação
https://ojs.ufgd.edu.br/index.php/arredia/article/view/1660/1124 | /*ref*/ADORNO, T. W. Posição do narrador no romance contemporâneo. Notas de Leitura I. Trad. ALMEIDA, J. de. São Paulo: Duas Cidades, Editora 34, 2003. | /*ref*/BAKHTIN, M. Epos e romance. In: ______. Estética da criação verbal. Trad. GALVÃO, M. E. São Paulo: Martins Fontes, 2000. p. 397-428. | /*ref*/BAKHTIN, M. Funções do trapaceiro, do bufão e do bobo no romance. In: ______ Estética da criação verbal. Trad. GALVÃO, M. E. São Paulo: Martins Fontes, 2000. p. 275-281. | /*ref*/DOURADO, A. Uma vida em segredo. Rio de Janeiro: Edições de Ouro (Clássicos Brasileiros), 1964. | /*ref*/HOUAISS, A. Dicionário eletrônico houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, v. 1.0, dez. de 2001. CD-ROM. | /*ref*/JESUS, C. M. de. Quarto de desejo: diário de uma favela. São Paulo: Ática, 2004. | /*ref*/LISPECTOR, C. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. | /*ref*/LUKÁCS, G. A teoria do romance. Trad. José Mariano de Macedo. São Paulo: Editora 34, 2000. | /*ref*/OLIVEIRA, R. M. C. de. Diários públicos: diário íntimo como gênero discursivo e suas transformações na contemporaneidade. Dissertação de Mestrado em Comunicação e cultura contemporânea. Universidade Federal da Bahia, 2002. Disponível em: http://bocc.ubi.pt/pag/oliveirarosa-meire-diarios-publicos-mundos-privados.pdf. Acesso em: 27 de dez. de 2009. | /*ref*/PEREIRA, R. S. O intelectual no romance de Graciliano Ramos. 2004. Tese (Doutorado em Literatura Brasileira) Programa de pós-graduação em Letras – PUC-MINAS, Belo Horizonte. | /*ref*/PEREIRA, R. S. A sobrevivência de um discurso sobre o miserável na literatura brasileira contemporânea: Marcelino Freire à luz de Euclides e Graciliano. In: Encontro regional da ABRALIC 2005. Sentido dos lugares: o local, o regional, o nacional, o internacional, o globalizado. Rio de Janeiro: Associação Brasileira de literatura comparada, 2005. | /*ref*/PEREIRA, R. S. A hora da estrela: um necrológio do intelectual. In: CURY, M. Z. F.; WALTY, I. L. C. (Org.). Intelectuais e vida pública: migrações e mediações. 1. ed. Belo Horizonte: Faculdade de Letras da UFMG, v. 1, p. 185-200, 2008. | /*ref*/PEREIRA, R. S. Inaugurando o Brasil contemporâneo: O que é isso companheiro? Entre o público e o privado. Cerrados, Brasília, v. n. 21, p. 209-217, 2006. | /*ref*/RAMOS, G. Vidas Secas. Rio, São Paulo: Record, 1994. | /*ref*/ROBERT, M. Romance de origem, origem do romance. Trad. André Telles. São Paulo: Cosac&Naify, 2008. | /*ref*/VIANNA, L. J. W. Esquerda brasileira e tradição republicana: estudos de conjuntura sobre a era FHC-Lula. Rio de Janeiro: Revan, 2006.
Fonte
ArReDia; v. 1, n. 1 (2012); 120-131 | 2316-6169
Assuntos
Diário. Forma Romanesca. Literatura Contemporânea. | Diary. Romanesque Form. Contemporary Literature.
Tipo
info:eu-repo/semantics/article | info:eu-repo/semantics/publishedVersion