Descrição
This research analyzed music learning and practices shared between high-school students and Fulni-ô Indians in the sociological perspective of music education as a social practice. We conducted this case study in a public high school and the Indian reservation using semistructured interviews with Indians and focus groups with students. Because the music education transcends the knowledge of repertoires and the objectification of elements of music as resources to musical (re)creation, we emphasized especially the subjects behind the music. While dealing with the interaction between Indians and non-Indian students, we understood the processes of music learning through the theoretical contribution of the studies on interculturality. The music presented by the Fulni-ô Indians as a diacritical mark was not familiar. Approaching this musical culture through direct contact with Natives provided us a broader knowledge of non-Native music and the Natives’ and students’ identity. Observed in its aesthetic-sound elements, from previous knowledge and information shared by the Indians, music led to search for meanings within the Fulni-ô social diversity. It has also enabled us to think about the identity of these Indians and that of Indians in general, proving to be a potential for different ways of learning, such as overcoming some prejudices and stereotypes. The musical partnerships between students and Indians also allowed learning about the music of the Other and about our own. Thanks to the Fulni-ô at school, the musical partnerships revealed possibilities and limits, allowed learning processes, and contributed to deconstructing the idea that Brazil has a unified national culture. The musical practices shared by the Natives and the explanations and conversations allowed the students to reach other fields of knowledge reflect on the meaning of life itself. These practices provoked reflections and modified the way students perceive themselves and the Other.||Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES||Esta pesquisa analisou aprendizagens e práticas musicais compartilhadas entre estudantes de Ensino Médio e indígenas Fulni-ô na perspectiva sociológica da educação musical como prática social. O método empregado foi o estudo de caso. Realizaram-se observações na Escola e no território indígena e entrevistas semiestruturadas – individualmente com indígenas e em grupos focais (GFs) com estudantes. Como a educação musical transcende o conhecimento de repertórios e a objetificação de elementos sonoros como recursos para a (re)criação musical, deu-se visibilidade especial aos sujeitos por trás da música. Ao tratar da interação entre indígenas e estudantes não indígenas na escola, compreenderam-se os processos de aprendizagem musical com o aporte teórico dos estudos sobre interculturalidade. A música apresentada pelos Fulni-ô, traço diacrítico do grupo, não era familiar. Aproximar-se dessa cultura musical por meio do contato direto com os nativos proporcionou a ampliação dos conhecimentos sobre a música do não indígena e a identidade de ambos. Observada nos seus elementos estético-sonoros, a partir de conhecimentos prévios e de informações socializadas pelos(as) indígenas, a música provocou buscas de sentidos dentro da sociodiversidade Fulni-ô. Ela possibilitou pensar sobre a identidade do povo indígena estudado e sobre a do indígena em geral, revelando-se potencializadora de aprendizagens diversas, a exemplo da superação de alguns preconceitos e estereótipos. Também as parcerias musicais entre estudantes e indígenas possibilitaram processos de aprendizagens sobre a música do Outro e sobre a “nossa” própria. Graças à presença indígena na escola, as parcerias musicais desvelaram possibilidades e limites, oportunizaram processos de aprendizagens e contribuíram para a desconstrução do pensamento de que há uma cultura brasileira única. As práticas musicais compartilhadas pelos(as) indígenas e as explanações e conversas possibilitaram aos(às) estudantes chegarem a outros campos do conhecimento e da vida mesma. Proporcionaram reflexões e modificaram maneiras de perceber a si e ao outro.
